Entenda os seus sentimentos: guia de autoajuda

Entender os próprios sentimentos é um dos maiores desafios que cada pessoa enfrenta ao longo da vida. Muitas vezes, as emoções parecem surgir do nada, sem explicação, o que pode gerar frustração, angústia e, em certos casos, até bloqueios emocionais. No entanto, ao compreender melhor os nossos sentimentos, é possível viver de forma mais equilibrada, lidando de maneira saudável com os altos e baixos emocionais.




Este guia de autoajuda tem como objetivo oferecer algumas estratégias simples para facilitar esse processo de autocompreensão. Contudo, deixo já o aviso: não existem fórmulas mágicas para entender os sentimentos. Só com com paciência, dedicação, terapia e auto reflexão é possível melhorar a relação consigo próprio e desenvolver maior inteligência emocional.


O que são os sentimentos?


Antes de mais, é essencial compreender o que são os sentimentos. Em termos simples, os sentimentos são reacções emocionais a determinados estímulos, sejam eles internos (pensamentos, memórias) ou externos (situações, interacções). Podem variar em intensidade e podem manifestar-se de diversas formas, como alegria, tristeza, medo, raiva, ansiedade, saudade, entre outros.


Ao contrário das emoções, que são reacções mais imediatas e intensas, os sentimentos tendem a ser mais duradouros. A emoção pode ser o susto repentino causado por um barulho alto ou a adrenalina de um filme de horror, enquanto o sentimento pode ser a preocupação que surge depois de se perceber que algo está fora do normal. Por exemplo, um exame médico pode provocar sentimentos de medo e ansiedade. 


Aprenda a descrever os sentimentos


O primeiro passo para entender os sentimentos é saber identificá-los. Parece algo óbvio, mas muitas pessoas têm dificuldade em reconhecer o que estão a sentir. Em certos momentos, pode haver uma mistura de emoções, o que complica o processo de compreensão. Por isso, é importante fazer uma pausa e dedicar algum tempo a analisar o que está a acontecer no plano emocional.


Uma técnica útil é começar por descrever o sentimento. Perguntar a si próprio: “O que estou a sentir neste momento? como o posso descrever” pode ajudar a clarificar a confusão. Por vezes, o simples acto de verbalizar ou escrever o que se está a sentir permite obter uma nova perspectiva. Se há uma sensação de tristeza, frustração, medo ou raiva, reconhecê-la já é um grande passo.


Outra dica é prestar atenção aos sinais do corpo. Muitas vezes, os sentimentos manifestam-se fisicamente. A ansiedade, por exemplo, pode traduzir-se em tensão muscular, batimentos cardíacos acelerados ou dificuldade em respirar. A tristeza, por sua vez, pode trazer uma sensação de peso no peito ou uma energia reduzida. Estes sinais podem ajudar a identificar o que está por detrás do estado emocional.


Aceite os próprios sentimentos


Chama-se “flutuar”. Depois de identificar o que está a sentir, o passo seguinte é a aceitação. Muitas pessoas têm dificuldade em aceitar que estão a sentir algo negativo, como raiva ou tristeza, o que resulta num ciclo de repressão emocional. No entanto, ignorar ou reprimir sentimentos não os faz desaparecer. Pelo contrário, sentimentos reprimidos tendem a acumular-se e, eventualmente, manifestam-se de forma mais intensa.


Por isso, aceitar os próprios sentimentos, sem julgamento, é fundamental para o bem-estar emocional. Apaixonou-se pela pessoa “errada”? Não se culpabilize. Está triste? Sentir tristeza ou frustração não faz de ninguém uma pessoa "fraca" ou "menos capaz". Da mesma forma, sentir raiva não significa que se tem uma personalidade agressiva. São simplesmente reacções humanas naturais a determinadas situações.


É importante permitir-se sentir antes de começar a julgar-se a si próprio. Dê tempo ao tempo para processar os sentimentos. Ao resistir à tentação de julgar os próprios sentimentos, cria-se espaço para uma maior compreensão e, eventualmente, para a resolução dos conflitos emocionais. Se não conseguir deixar de se julgar, trabalhe isso em sessões de terapia. 


Questione a origem dos sentimentos


Muitas vezes, os sentimentos surgem sem uma razão aparente. Nesses momentos, pode parecer difícil lidar com o que se está a sentir. No entanto, ao questionar a origem dos sentimentos, é possível encontrar respostas que ajudam a desvendar a confusão emocional. Perguntar a si próprio “Por que estou a sentir isto?” é uma forma de iniciar essa introspecção. Muitas vezes, os sentimentos resultam de algo mais profundo.


A terapia diz-nos que experiências passadas, um medo inconsciente ou uma expectativa que não foi cumprida. Analisar a situação actual pode trazer à tona traumas ue estão a contribuir para o estado emocional. Por exemplo, a raiva sentida depois de uma discussão pode não estar relacionada apenas com o momento em questão, mas com algo que tem vindo a acumular-se ao longo do tempo. 


Por isso é que a terapia é essencial para nos conhecermos e explorar as partes mais dolorosas de nós, perceber os nossos “gatilhos”, a forma como nos relacionamos com os outros e trabalhar a forma como expressamos os nossos sentimentos. Para quem quer dar esse primeiro passo, deixo aqui o link para procurarem psicólogos em Braga e psicólogos no Porto



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